Publicado em: 12/06/2025 às 10:10hs
O dólar operava em leve baixa na manhã desta quinta-feira (12), com variações entre altas e quedas ao longo do início do dia. Às 9h07, a moeda americana recuava 0,03%, sendo cotada a R$ 5,5363. Na véspera, o dólar encerrou o pregão com queda de 0,57%, a R$ 5,5381 — o menor valor registrado desde outubro de 2023.
Enquanto isso, o Ibovespa, principal índice da Bolsa brasileira, terminou a quarta-feira com alta de 0,51%, aos 137.128 pontos. A abertura do mercado nesta quinta está prevista para após as 10h.
O foco dos investidores nesta quinta está voltado à medida provisória publicada pelo governo federal na noite anterior. O novo pacote substitui o aumento do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) decretado em maio e propõe:
A proposta provocou resistência entre líderes do Centrão, que afirmam não terem sido consultados e já articulam para barrar a MP no Congresso. O ime político e a incerteza sobre como se dará a compensação fiscal elevaram as expectativas do mercado em relação a um possível aumento da taxa Selic na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom).
Outro fator que movimenta os mercados é o novo acordo comercial entre Estados Unidos e China, anunciado na quarta-feira (11). Após dois dias de negociações em Londres, os dois países chegaram a um consenso para retomar a trégua na guerra tarifária.
Entre os termos anunciados pelo presidente dos EUA, Donald Trump, estão:
O acordo, contudo, ainda precisa ser oficialmente aprovado por Trump e pelo presidente chinês, Xi Jinping. Além disso, o governo norte-americano pretende enviar, nas próximas semanas, cartas com os termos de novos acordos comerciais a dezenas de países, que poderão aceitá-los ou rejeitá-los.
A possibilidade de escalada em conflitos comerciais preocupa investidores, especialmente pela proximidade da temporada de compras de fim de ano. O aumento de tarifas pode elevar os custos de produção e os preços ao consumidor, pressionando a inflação e podendo afetar o consumo global — cenário que levanta temores de desaceleração da economia americana e até de uma recessão mundial.
Para o economista Jorge Ferreira dos Santos, professor da ESPM, o governo fez uma “troca de impactos” com a nova MP. A medida anterior, que aumentava o IOF, afetava diretamente o crédito bancário e o consumo, impactando negativamente o varejo. Já a proposta atual alivia esse efeito, mas transfere o peso da arrecadação para investidores e setores em crescimento, como o de criptoativos e apostas esportivas.
Analistas do mercado financeiro alertam que o ideal seria o governo concentrar esforços em revisar os gastos públicos e avançar em reformas estruturais, em vez de propor novos mecanismos de arrecadação.
Fonte: Portal do Agronegócio
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