Publicado em: 11/06/2025 às 11:50hs
O preço do café moído voltou a subir em maio nos supermercados, renovando um recorde desde o início do Plano Real, conforme dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta terça-feira, por meio do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).
A variação acumulada nos últimos 12 meses chegou a 82,24%, superando o recorde anterior de 80,2% registrado até abril.
Só em maio, o preço do café moído avançou 4,59%, acelerando em relação aos 4,48% de abril. No acumulado deste ano, a alta já chega a 42,1%.
Segundo Fernando Gonçalves, gerente da pesquisa do IBGE, as sucessivas altas nos preços do café estão ligadas a fatores climáticos, tanto no Brasil quanto em outras regiões produtoras do mundo, o que limita alternativas e reflete diretamente nos valores finais ao consumidor.
Apesar da alta nos preços ao consumidor, há sinais de redução dos valores pagos aos produtores com o início da safra brasileira. Porém, esse ajuste ainda não chegou às prateleiras dos supermercados.
“O consumidor está tendo que tomar um café mais fraco para economizar o pó”, ressaltou Gonçalves, ilustrando o impacto no consumo diante do preço elevado.
No início de junho, a Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic) afirmou que, caso a tendência de queda nos preços pagos aos produtores continuasse, isso poderia refletir em baixa nos valores ao consumidor em breve.
Apesar da alta do café, o avanço dos preços dos alimentos em geral mostrou sinais de desaceleração em maio, aliviando a pressão sobre a inflação no Brasil causada por questões climáticas.
O IPCA registrou alta de 0,26% em maio, abaixo dos 0,43% observados em abril, acumulando uma alta de 5,32% em 12 meses — ligeiramente inferior aos 5,53% anteriores. Ambas as variações ficaram abaixo das expectativas do mercado.
A meta oficial para a inflação é de 3,0% ao ano, com uma margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos.
No grupo de Alimentação e bebidas, a alta desacelerou para 0,17% em maio, o menor avanço mensal desde agosto de 2024, quando foi registrada variação de 0,11%.
Fonte: Portal do Agronegócio
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