Bovinos de Corte

Exportações aquecidas e pouca oferta de animais jovens elevam preços do boi gordo no Brasil

Demanda internacional forte e escassez de oferta sustentam o mercado físico


Publicado em: 13/06/2025 às 16:00hs

Exportações aquecidas e pouca oferta de animais jovens elevam preços do boi gordo no Brasil

O mercado físico do boi gordo no Brasil apresentou estabilidade e alta nas cotações ao longo da última semana. Segundo o analista da Safras & Mercado, Fernando Iglesias, a combinação entre forte demanda internacional, especialmente da China, e a oferta limitada de animais jovens tem sustentado os preços da arroba em diversas regiões do país.

Escalas de abate curtas e preços acima da média em algumas regiões

Iglesias destacou que as escalas de abate seguem curtas, entre cinco e sete dias úteis na média nacional, o que colabora para a sustentação dos preços. Em algumas praças, a arroba foi negociada acima das referências médias, refletindo a escassez de oferta e o bom ritmo das exportações.

Exportações em ritmo acelerado rumo a recordes

As exportações de carne bovina continuam sendo um dos principais vetores do desempenho do setor, com o Brasil caminhando para volumes recordes em 2025. O cenário externo favorável, com valorização nos preços internacionais e aumento na demanda, tem ampliado as oportunidades para os produtores brasileiros.

Preços da arroba em alta nas principais praças do país

No dia 12 de junho, os preços da arroba do boi gordo a prazo foram registrados da seguinte forma:

  • São Paulo (Capital) – R$ 320,00, estável em relação à semana anterior.
  • Goiás (Goiânia) – R$ 305,00, alta de 3,39% sobre os R$ 295,00 da semana anterior.
  • Minas Gerais (Uberaba) – R$ 300,00, aumento de 1,69% frente aos R$ 295,00.
  • Mato Grosso do Sul (Dourados) – R$ 315,00, sem variação.
  • Mato Grosso (Cuiabá) – R$ 315,00, alta de 1,61% sobre os R$ 310,00 anteriores.
  • Rondônia (Vilhena) – R$ 275,00, alta de 1,85% frente aos R$ 270,00.
Atacado em alta, impulsionado pela entrada de salários

No mercado atacadista, os preços também subiram, impulsionados pela entrada dos salários no início do mês, o que favoreceu a reposição entre varejo e atacado.

  • O quarto traseiro do boi foi cotado a R$ 24,50/kg, alta de 6,52% em relação aos R$ 23,00 da semana anterior.
  • O quarto dianteiro teve preço médio de R$ 19,50/kg, um aumento de 5,41% frente aos R$ 18,50 da semana anterior.

Apesar do bom desempenho da carne bovina, Iglesias aponta uma preocupação com a queda nos preços da carne de frango, que pode refletir no varejo e limitar o consumo da proteína bovina.

Exportações de carne bovina avançam com força em junho

Nos cinco primeiros dias úteis de junho, o Brasil exportou 64,225 mil toneladas de carne bovina fresca, congelada ou refrigerada, com média diária de 12,845 mil toneladas. A receita total foi de US$ 344,709 milhões, com média diária de US$ 68,942 milhões e preço médio por tonelada de US$ 5.367,20.

Na comparação com junho de 2024, os números mostram crescimento expressivo:

  • Alta de 60,4% no valor médio diário exportado
  • Aumento de 33,5% na quantidade média diária
  • Elevação de 20,2% no preço médio da tonelada
Perspectiva positiva, mas com atenção à concorrência de outras proteínas

O cenário segue positivo para o boi gordo, com sustentação nas cotações e perspectiva de exportações recordes. No entanto, o mercado acompanha com atenção o comportamento da carne de frango, que pode influenciar a demanda interna por carne bovina nos próximos dias.

Fonte: Portal do Agronegócio

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